01 junho, 2020

7º- ANOS LÍNGUA PORTUGUESA - 4ª SEMANA - PROF: MARCOS / THAÍS / MARIANE

ANO/SEGMENTO: 7º Ano/ Anos Finais (semana 4) 
 COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa UNIDADES TEMÁTICAS: Leitura / Produção de texto.

OBJETOS DE CONHECIMENTO:

  1. Relação entre textos;
  2. Estratégias de leitura;
  3. Apreciação e réplica;
  4. Construção da textualidade.

HABILIDADES:


(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visuais e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos.

(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

(EF67LP31) Criar poemas compostos por versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando recursos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas, explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da mancha gráfica (poema visual) e outros recursos visuais e sonoros.
DESENVOLVIMENTO DO PLANO:

A Abóbora Menina

Brotara do solo fecundo de um quintal enorme, de uma semente que mestre Crisolindo comprara na venda.
Despontava por entre uns pés de couve e mais algumas abóboras, umas suas irmãs, outras suas parentes mais afastadas.
Tratada com o devido esmero, adubada à maneira, depressa cresceu e se tornou em bela moçoila, roliça e corada
Os dias corriam serenos. Enquanto o sol brilhava, tudo era calma naquele quintal. Sombra dos pés de couve, rega a horas devidas, nada parecia faltar para que todos fossem felizes.
As suas conversas eram banais: falavam do tempo, de mestre Crisolindo e nunca, mas nunca, do futuro que os aguardava.
Mas Abóbora Menina, em vez de se dar por satisfeita com a vida que lhe havia sido reservada, vivia entristecida e os seus dias e as suas noites eram passados a suspirar.
Desde muito cedo que a sua atenção se virara para as borboletas de cores mil que bailavam sobre o quintal. E sempre que alguma pousava perto de si, a conversa não era outra se não esta:
  • Dizei-me, menina borboleta, como fazeis para voar?
  • Ora, menina abóbora, que quereis que vos diga? Primeiro fui ovo quase invisível, depois fui crisálida e depois, olhe, depois alguém me pôs estas asas e assim voei.
  • Como eu queria ser como vós e poder sair daqui, ver outros quintais.
  • Que me conste, vós fostes semente e vosso berço jaz debaixo desta terra negra e quente. Nunca por aí andamos, minhas irmãs e eu.
A borboleta levantava voo e Abóbora Menina suspirava. E suspirava. E de nada serviam os consolos de suas irmãs, nem o consolo dos pés de couve, nem o consolo dos pés de alface que cresciam ali perto e que todas as conversas ouviam.
Certo dia passou por aqueles lados uma borboleta mais viajada e foi pousar mesmo em cima da abóbora. De novo a mesma conversa, os mesmos suspiros.
Tanta pena causou a abóbora à borboleta, que esta acabou por lhe confessar:
  • Já que tamanho é vosso desejo de voar e dado que asas nunca podereis vir a ter, só vos resta uma solução: deixai-vos levar pelo vento sul, que não tarda nada aí estará.
  • Mas como? Não vedes que sou roliça? Não vedes que tenho engordado desde que deixei de ser semente? 
    E a borboleta explicou à Abóbora Menina o que ela devia fazer. 
    A única solução seria cortar com o forte laço que a ligava àquela terra-mãe e deixar-se levar pelo vento.
    Ele não tardaria, pois umas nuvens suas conhecidas assim lhe haviam garantido. Mais adiantou a borboleta que daria uma palavrinha ao tal vento, por sinal seu amigo e aconselhou todos os outros habitantes do quintal a segurarem-se bem quando ele chegasse.
Ninguém gostou da ideia à exceção da nossa menina.
  • Vamos perder-te! ― lamentavam-se as irmãs.
  • Nunca mais te veremos. ― sussurravam os pés de alface.
  • Acabarás por mirrar se te desprendes do solo que te deu sustento.
Mas a abóbora nada mais queria ouvir. E logo nessa noite, quando todos dormiam, Abóbora Menina tanto se rebolou no chão, tantos esticões deu ao cordão que lhe dera vida, que acabou por se soltar e assim permaneceu, liberta, aguardando o vento sul com todos os sonhos que uma abóbora ainda menina pode ter na sua cabeça.
Não esperou muito, a Abóbora Menina. Dois dias passados, logo pela manhãzinha, o vento chegou. E com tal força, que a todos surpreendeu.
Mestre Crisolindo pegou na enxada e resguardou-se em casa. As flores e as hortaliças, já prevenidas, agarraram-se ainda mais à terra.
Só a abóbora se alegrou e, peito rosado aberto à tempestade, aguardou paciente a sorte que a esperava.
Quando um remoinho de vento pegou nela e a ergueu nos ares, qual balão liberto das mãos de um menino, não sentiu nem medo, nem pena de partir.
  • Adeus, minhas irmãs!... Adeus, meus companheiros!...
― Até... um... dia!...
E voou direitinha ao céu sem fim!... 
Para onde seguiu? Ninguém sabe.
Onde foi parar? Ninguém imagina.
Mas todos sabem, naquele quintal, que dali partiu, numa bela tarde de vento, a abóbora menina mais feliz que algum dia poderá haver.

 

LOPES, T. Histórias que acabam aqui: contos para a infância. Edições ArcosOnline.com. p. 5-8.


Disponível em: <https://bit.ly/2O8C1f4>. Acesso em: 30 ago. 2018

1. Localize e escreva pelo menos três expressões usadas no conto para indicar a passagem do tempo.




2. Qual foi a postura da Abóbora Menina diante da vida? 

a) O tempo todo ela teve medo diante do desconhecido.


b) Ela demonstrava ingratidão com os cuidados recebidos de mestre Crisolindo.


c. Ela poderia ter se contentado com a vida que tinha, mas foi em busca de seus sonhos.


d. Ela teve apenas sorte, pois não tomou nenhuma atitude para conquistar seus sonhos.



3. Por que as palavras em destaque no trecho a seguir são grafadas com S e não com Z?
  • Ora, menina abóbora, que quereis que vos diga? Primeiro fui ovo quase invisível, depois fui crisálida e depois, olhe, depois alguém me pôs estas asas e assim voei.
a. Porque são adjetivos derivados de substantivos. 

b. Porque vêm depois de um ditongo.

c. Porque estão entre duas vogais.

d. Não há regra específica para esse caso.

Leia o texto e responda ao que se pede: 
 Cuitelinho1

Renato Teixeira
Cheguei na beira do porto
Onde as onda se espaia
As garça dá meia volta
E senta na beira dapraia
E ocuitelinho não gostaQue o botão de rosa caia,ai,ai

Ai quando eu vim
da minha terra
Despedi da parentália
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaias
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes batáia,ai, ai

A tua saudade corta
Como aço de naváia
Ocoração fica aflito
Bateuma,aoutrafaia
E os óio se enche d´água
Que até a vista se atrapáia, ai...

Disponível em: <https://www.letras.mus.br/renato-teixeira/298332>. Acesso em: 28 nov. 2019.



Questão 01
O verso que faz uso de linguagem formal é:
  1. Que até a vista se atrapáia.”.
  2. Cheguei na beira do porto”.
  3. O coração fica aflito.”.
  4. Ai quando eu vim.”.

Questão 02
Em “A tua saudade corta / Como aço de naváia”, a figura de linguagem comparação foi utilizada para
  1. abrandar o desejo do eu lírico.
  2. produzir o efeito de redundância.
  3. demonstrar a dor da saudade que sente.
  4. demonstrar o contrário do que se quis dizer.

Leia o texto e responda à questão 03.

Marvin
Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro, era um grande coração
Ganhava a vida com muito suor
Mas mesmo assim não podia ser pior
Pouco dinheiro pra poder pagar
Todas as contas e despesas do lar
[...]

Sérgio Brito e Nando Reis. Marvin. In: Titãs Acústico. São Paulo: WEA Music Brasil. (adaptado)

Questão 03
A expressão “com muito suor”, no texto, significa
  1. ir à sauna.
  2. passar calor.
  3. fazer exercícios.
  4. trabalhar muito.
Leia o texto e responda à questão 04. 

A terra é naturá 
Patativa do Assaré[...]

Pois o vento, o só, a lua,
A chuva e a terra também,
Tudo é coisa minha e sua,

Seu dotô conhece bem.
Pra sesabe disso tudo
Ninguém precisa de istudo;
Eu, sem escreve nem lê.
Conheço desta verdade,
Seu dotô, tenha bondade
De ouvi o que vô dizê.

Não invejo o seu tesôro.
Sua mala de dinhêro
A sua prata, o seu ôro
O seu boi, o seu carnêro,
Seu repôso, seu recreio,
Seu bom carro de passeio,
Sua casa de mora
E a sua loja surtida,
O que quero nesta vida
É terra pra trabaiá.

Iscute o que tô dizendo,
Seu dotô, seu coroné:
De fome tão padecendo
Meus fio e minha muié.
Sem briga, questão nem guerra, 
 Meça desta grande terra
Umas tarefas pra eu!
Tenha pena do agregado
Não me dexê deserdado
Daquilo que Deus me deu.

ASSARÉ, P. A terra é naturá. In: Cordéis e outros poemas. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2008. p. 116 - 118



Questão 04

O trecho do texto que possui linguagem formal é
  1. Pra se sabe disso tudo”.
  2. Seu bom carro de passeio”.
  3. Sua mala de dinhêro”.
  4. De fome tão padecendo”.

Leia esta tira “Calvin”, de Bill Watterson. Em seguida, responda as atividades:

 

Disponível em:<http://tiras-do-calvin.tumblr.com>. Acesso em 24 de março de 2020

  1. Quem são os personagens dessa tirinha? O que você sabe sobre eles?



  1. A partir dessa tirinha, o que podemos concluir sobre a personalidade de Calvin?




  1. Observando o último quadrinho, por que as letras e o balão estão diferentes dos outros balões?





  1. O grito do pai, a sua expressão e os desenhos no último quadrinho sugerem que Calvin fez uma travessura. Qual foi ela?


Leitura de texto e depois responda:

Nossos desejos e sonhos ajudam a nos definir, a formar a nossaidentidade. Na letra de canção a seguir, o eu poético se expõe com firmeza.

Dona de Mim

Já me perdi tentando me encontrar Já fui embora querendo nem voltar Penso duas vezes antes de falar
Porque a vida é louca, mano, a vida é louca

Sempre fiquei quieta, agora vou falar Se você tem boca, aprende a usar
Sei do meu valor e a cotação é dólar Porque a vida é louca, mano, a vida é louca

Me perdi pelo caminho Mas não paro, não
Já chorei mares e rios Mas não afogo não

Sempre dou o meu jeitin É bruto, mas é
com carin
Porque Deus me fez assim Dona de mim

Deixo a minha fé guiar Sei que um dia chego lá Porque Deus me fez assim Dona de mim

Já não me importa a sua opinião
O seu conceito não altera minha visão Foi tanto sim que agora eu digo não
Porque a vida é louca, mano, a vida é louca

Quero saber só do que me faz bem Papo furado não me entretém
Não me limite que eu quero ir além
Porque a vida é louca, mano, a vida é louca [...]

 

Cantora: IZA 

Compositores: Arthur Magno Simoes Marques

Adaptado de https://www.vagalume.com.br/iza/dona-demim.html




1. O eu poético se dirige ao seu interlocutor. Transcreva um verso que comprove essa afirmação.



2. Vamos analisar um verso da letra: “Sei do meu valor e a cotação é dólar”. As palavras destacadas estão em um mesmo campo de significados, um mesmo campo semântico. 
a. Cite três outras palavras que poderiam estar nesse mesmo campo.



b. Qual o sentido da palavra “valor” nesse verso?



c. Qual o sentido da expressão “a cotação é dólar”?




3. Transcreva um verso que expresse que o eu poético mudou seu jeito de agir.




Em anos anteriores, você já aprendeu que as palavras podem ser utilizadas de forma denotativa ou conotativa. A linguagem conotativa é também chamada de linguagem figurada porque evoca imagens, provoca o leitor para que ele associe ideias, indo além do sentido objetivo, denotativo.


4. Analisando o verso “Já não me importa a sua opinião”, o que você pode inferir sobre o comportamento anterior do eu poético em relação às opiniões das outras pessoas?





5. No verso “Foi tanto sim que agora eu digo não”, indique o que é consequência, efeito.




Atividades de Produção de Texto 7 ano

Desigualdade no Brasil

“O conceito de desigualdade é um guarda-chuva que compreende diversos tipos, desde desigualdade de oportunidade até desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. De modo geral, a desigualdade econômica, a mais conhecida, é chamada de desigualdade social, dada pela distribuição desigual de renda. No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais.”

Quanta fome que há em nosso mundo 
E também trabalho escravo e infantil 
Que existe na África e América Central 
Mas também acontecem aqui no Brasil 
Quanto dinheiro se dá aos banqueiros 
Quanto dinheiro se dá ao já rico 
Algumas migalhas que se dá aos pobres 
Dizem que prejudica o patrimônio público

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→ Os textos acima mencionam sobre a desigualdade existente no Brasil. O poema retrata que a desigualdade é a mãe da injustiça, enquanto ela existir, o mundo vai viver em desequilíbrio, onde uns poucos têm muito e muitos têm pouco.

Um poema é uma obra literária geralmente apresentada em versos e estrofes. Verso é sucessão de sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica e melódica, correspondente a uma linha do poema. Os versos organizam-se em estrofes e estrofe é um agrupamento de versos. Por meio dessa afirmação e de acordo com os textos acima, organize suas ideias e crie mais duas estrofe para o poema que retrate a desigualdade existente no Brasil.

 

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