LÍNGUA PORTUGUESA – 2ª SEMANA- 8º
ANO - PROFESSOR LEONARDO/ PROFESSOR MARCOS/ PROFESSORA MARIANE.
A crônica é um gênero textual típico dos séculos XIX, XX e XXI,
normalmente sendo encontrada em jornais ou revistas. Em muitos casos,
célebres cronistas – tais quais Lima Barreto, Luiz Fernando
Veríssimo ou Fernando Sabino– reúnem suas crônicas em livros.
Abaixo você lerá crônicas desses três autores tão conhecidos.
Questão
1. (EF69P47) Leia o
texto a seguir e responda a questão 1.
TEXTO I
O HOMEM
TROCADO
(Luís
Fernando Veríssimo)
O homem
acordada anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de
recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi
tudo bem.
- Comigo,
sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos… E
conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca
de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um
casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho
claro com olhos redondos. Descoberto o
erro,
ele
fora
viver
com
seus
verdadeiros
pais.
Ou
com
sua
verdadeira
mãe,
pois
o
pai
abandonara
a
mulher depois
que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê
chinês.
Os enganos
se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia.
Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na
universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na
lista.
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não
foram felizes.
- Por
quê?
Fora preso
por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas
que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o
médico dizer:
Mas também
fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples
apendicite.
- Apendicite? – perguntou hesitante.
Questão 1.
- Qual a relação do título do texto com as aventuras sofridas pelo protagonista do texto?
- Esse texto pertence ao gênero narrativo crônica. Cite algumas características do texto crônica que estão presentes no texto.
- O que faz a crônica ser considerada de humor nesse texto?
( ) Crônica de humor ( ) Crônica-ensaio ( ) Crônica descritiva ( ) Crônica narrativa
Questão 2. (EF69LP44) Leia o início de um conto de Lima
Barreto de 1921 que fala do sentimento da mulher casada em 1921 e
responda:
TEXTO
QUE PODIA ela dizer, após três meses de casada, sobre o casamento?
Era bom? Era mau?
Não se
animava a afirmar nem uma coisa, nem outra. Em essência, “aquilo”
lhe parecia resumir-se em uma simples mudança de casa.
A que deixara não tinha mais nem menos cômodos do que a que viera
habitar; não tinha mais “largueza”; mas a nova possuía um
jardinzito minúsculo e uma pia na sala de jantar. Era, no fim de contas, a diminuta diferença que existia entre ambas.
Passando
da obediência dos pais, para a do marido, o que ela sentia, era o
que se sente quando se muda de habitação.
No começo,
há nos que se mudam, agitação, atividade; puxa-se pela ideia, a
fim de adaptar os móveis à casa nova e, por conseguinte, eles, os
seus recentes habitantes também; isso, porém, dura poucos dias. No fim de um mês, os móveis já estão definitivamente “ancorados”,
nos seus lugares, e os moradores se esquecem de que residem ali desde
poucos dias.
Demais, para que ela não sentisse, profunda modificação, no seu
viver, advinda com o casamento, havia a quase igualdade de gênios e
hábitos de seu pai e seu marido.
Tanto um como outro, eram corteses com ela; brandos no tratar,
serenos, sem impropérios, e ambos, também, meticulosos, exatos e
metódicos. Não houve, assim, abalo algum, na sua transplantação
de um lar para outro.
Contudo, esperava, no casamento alguma coisa de inédito até ali, na
sua existência de mulher: uma exuberante e contínua satisfação de
viver.
Não sentiu, porém, nada disso disso. [...]
LIMA BARRETO. O número da sepultura.
Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000130.pdf>
Questão 2.
- A partir da leitura do conto, que comportamento era esperado das mulheres em 1921? Explique com trechos do texto.
Questão 3. (EF89LP32) Você sabia que os textos podem
conversar entre si? Sim, isso é possível, e a esse fenômeno damos
o nome de intertextualidade. Todos eles resgatam referências nos
chamados textos- fonte (que são os textos que foram os primeiros a
serem escritos).
Para que você entenda melhor o conceito de intertextualidade, basta
analisar a estrutura da palavra: inter um sufixo de origem latina e
faz referência à noção de relação. Por isso, é correto afirmar
que a intertextualidade refere-se às relações entre os textos.
Ainda está difícil de entender? Então vamos lá ler dois textos
que possuem intertextualidade .
Texto I
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E
ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios
e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que
distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda
que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor,
nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor
não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não
se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se
irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com
a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor
nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte
conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é
perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era
menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como
menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de
menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos
face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como
também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e
o amor, estes três; mas o maior destes é o
Amor.
(Bíblia,
I Coríntios 13)
Texto II:
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem
querer; É solitário andar por entre a
gente;
É nunca contentar-se de
contente;
É cuidar que se ganha em se
perder; É querer estar preso por
vontade;
É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata
lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações
humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Soneto
11 de Luiz Vaz de Camões (Rimas)
Questão 3.
- Para você, qual é o assunto do texto I?
- Tendo em vista que o texto I foi tirado da Bíblia, você acha que esse texto foi escrito para que tipo de leitor?
- Agora que você sabe qual é o assunto do texto I, então qual seria o assunto do texto II?
- Em sua opinião, qual dos dois textos deve ter sido escrito primeiro do que o outro no tempo? Por quê?
TEXTO
HOMEM
NU FICA PRESO DO LADO DE FORA DE QUARTO DE HOTEL
O rapaz até que tomou cuidado, mas a sorte não ajudou. Acabou
trancado do lado de fora de seu quarto de hotel – inteiramente
pelado. Publicada há pouco mais de uma semana, o vídeo com imagens
de circuito interno de TV já é um viral. Ao se ver trancado como
veio ao mundo, o homem não-identificado e desesperado tenta
inicialmente parecer casual; em seguida toma o elevador e aterroriza
mãe e filho; no lobby, passa pelo constrangimento de ter que
comunicar seu drama ao rapaz da recepção. O diálogo que eles
travam é digno de uma crônica de Fernando Sabino:
Homem (peladão) _ "Eu me tranquei do lado de fora do quarto".
Recepcionista
_ Hmmm… Você tem alguma identificação? Posso ver sua carteira de
motorista?"
Homem
(peladão e exasperado) _ "Mas como eu posso estar com a
carteira de motorista se eu estou nu???"
Que tantos texto sao esse
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